quinta-feira, julho 31

hmmmmm... está bem...



Sou sincero, do topo, ou fundo, dos meus trinta anos, esta comunicação do Presidente Cavaco Silva revestia-se de outro encanto. Esperava, e não por contágio mediático, mas sim por vicissitudes económicas, sociais, politicas, outra dimensão, como o resto das pessoas. A comunicação foi sobre a Lei da Autonomia dos Açores ou o Estatuto politico administrativo. Não critico, apesar de não ver a importância dramática do comunicado mas, por outro lado, critico a forma. C’um raio, seria necessária tal solenidade para um assunto que 99% dos portugueses, continentais ou não, não conhecem, não dominam e parece saído de um livrinho de banda desenhada. Aquilo não é Portugal? Porque raio tem uma Lei de Autonomia? Só porque está… longe!? Não tenho muito medo que coloquem motores nas ilhas e que as usurpem à nação, vai daí, não entendo o porquê de uma Lei específica para os Açores que tenha que ser negociada com os parlamentares insulares. Falha-me a sensação de gravidade, mas por desconhecimento, aceito.
No meio disto tudo, o que é que sobeja? A dita lei foi votada e aprovada, há quem diga que entretanto terá sido discutida, se bem que aí sou mais pessimista, por maioria absoluta no parlamento nacional. Para tal bastava o PS mas graças à intervenção do novel presidente da bancada laranja, fiquei a saber que a empreitada foi consenso de PS e PSD, pelo menos. Verificou-se “Com senso” em treze artigos onde oito são inconstitucionais. Parece-me mais do que cinquenta por cento, mas já outras vezes estive enganado... o que no meu entender, daria uma nota negativa na avaliação dos deputados. Não são alunos como no meu caso que têm vida própria, fogem, respondem, ao contrário da Constituição da República Portuguesa que deve estar imóvel, nalgum local da casa de todos nós, agredida pelo pó e com pouca vontade de nenhuns.
Guardo, para tempo de eleições como se isso ainda fosse necessário, a ideia de que os parlamentares laranjinhas e rosinhas não lêem aquilo que lhe passa de fronte das pestanas, o que os coloca ao nível dos calões, malandros e preguiçosos. Mas, sem alarmes, dá gosto confirmar que há coisas com que podemos contar, a malandrice dos políticos e parlamentares nacionais.

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