terça-feira, junho 3

Novidades? Só no....



Hoje era o dia assinalado para a confirmação ou a decepção. Como estamos em Portugal as guitarras carpiram, as vozes choraram como normal e a normal decepção instalou-se. É normal. Como todos afirmam, o resultado alcançado é o esperado, isto é, a Autoridade da Concorrência (AC) não encontrou nada e nem devia. Sinceramente o que me surpreenderia era que encontrassem algo. Não acredito que as cúpulas destes gigantes que são as petrolíferas deixassem migalhas para que a AC tivesse o trabalho facilitado. Sim, acredito que há concertação, manipulação e todos e quaisquer “ãos” mas os caros advogados que as representam não deixariam que tal acontecesse a montante, na constituição da lei, nem a jusante, quando se verificasse alguma dúvida provável. Porque é que então a AC não descobriu nada? Primeiro porque conforme disse atrás, as petrolíferas não iam deixar pistas; Segundo porque o modo de prova de concertação estará, certamente, organizado legalmente de um modo tão intrincado que é mais possível se provar que existe manipulação de preços por parte dos automobilistas do que cartelização por parte das petrolíferas.
E com isto consegue-se o seguinte: o (des)governo lava daí as suas mãos, mesmo com a confirmação de que os impostos só não são mais por questões humanitárias, a ONU não deixa. Depois porque expõe a uma suposta face mais humana (inexistente na minha opinião) dizendo “nós pedimos aos meninos em que não mandamos e eles mostraram que não existe batota”.
Já agora perguntem-se o seguinte: se existe concorrência, porque raio a Repsol ou a Galp ou a BP, só para falar naquela onde não gasto um tusto que seja em combustíveis, não conseguem desviar, aliciar clientes entre si? Será que existe algum pacto de não agressão? Esta é uma de muitas questões que em Portugal se arquivam sine die.

1 comentário:

jorgefm disse...

Todos sabemos que os últimos 15 dias provaram a concertação. Até ao pedido do relatório nunca tinham as gasolineiras mantido preços diferentes. Nem de um cêntimo. Mas claro que isto não basta para provar, sobretudo se o relatório apenas se pronunciar sobre as últimas semanas, onde se repôs alguma normalidade.
O que gostava que todos pensássemos era se para estes senhores não se devia adoptar o mesmo procedimento da Direcção Geral de Impostos. Primeiro multamos e penhoramos e depois logo vemos se agimos correctamente.