quinta-feira, março 6

A ver vamos...



Como é normal sendo eu professor tenho prestado suficiente atenção às opiniões emitidas pelos mais variados programas dedicados ao movimento tertuliano. Pois bem estou neste preciso momento a ouvir o Jorge Coelho, uma espécie de mobiliário antigo o Largo do Rato. É incrível como as pessoas não conseguem ter capacidade de pensar pela sua cabeça. É incrível como o autismo percorre o âmago dos principais partidos políticos como o ar que ora invade, ora abala dos meus pulmões. É costume chamar cassete aos comunistas mas cassetes parecem ser todos. O discurso de todos aqueles que se encontram casados vitaliciamente mais com os partidos do que com os respectivos cônjuges. A democracia vive uma época de desmoronamento de alguns ideais e existem pessoas que em vez de descerem das varandas para ajudar a reconstruir o que ainda merece o suor de todos, preferem deixar-se estar como gargolas de suportes desses mesmos varandins em derrocada lutando contra tudo e todos. Mesma contra a gravidade, seja ela a da Terra seja a da situação presente.
Guardo as palavras, estas sim sábias, de António Lobo Antunes ou de Vilaverde Cabral no Prós e Contras desta semana. O primeiro por dizer uma verdade insofismável - “A escola fácil não prepara para a vida difícil”; o segundo porque a ideia do livro branco da educação parece ser uma grande ideia. É sempre preferível dar um passo para trás para dar dois ou três para a frente e aqui Portugal poderia deixar de ser seguidor a ser seguido, explico. O mal da escola é um mal Europeu, quiçá, global. Pois bem, em vez de irmos copiar modelos específicos e talvez irrealizáveis, porque as especificidades são muitas, porque não, através do tal Livro Branco da Educação criar um modelo educativo de raiz e centrado em nós e não na… Finlândia.
Os professores vão sair à rua, eu vou sair à rua. Não tenho noção ainda com três dias de distância se a manifestação vai ser decisiva, sinceramente não creio mas de uma coisa estou certo: Portugal irá ver sem dúvida a maior manifestação de uma única classe, de sempre. A manifestação pode mostrar muitas coisas díspares mas uma será universal: é necessário parar e dar ouvido a quem se encontra nas escolas, a quem nunca se manifestou e desta vez optou por fazê-lo, em desânimo, com agastamento entre a espada e a parede porque em situações extremas nunca se sabe a “força” de um indivíduo e, muito menos, a de uma multidão.
“Nota dez!? Já não é mau” Jorge Coelho na Quadratura do Círculo.
É o tipo de políticos lamentáveis que temos.

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