sábado, março 1

Decisions decisions...


Faz hoje manchete electrónica no Público que o Presidente da República fez um apelo veemente à serenidade por parte dos agentes educativos. Ora como escrevi há pouco tempo atrás, Cavaco Silva arriscava-se a ser o primeiro Presidente, salvo erro, a cumprir apenas um mandato e para lá parece continuar a caminhar. Apesar de todos os apelos feitos em discursos comemorativos para que houvesse “uma maior atenção às questões educativas”, certo é que a sua posição foi sempre “estratégica”. O desgoverno sempre aproveitou esses discursos para abençoar a sua estratégia e o Presidente sempre transpareceu a ideia de que “para bom entendedor meia palavra basta”, não sendo directo no que afirmava desde o seu remanso gabinete. Agora que a contestação é espontânea, atingiu características “de bola de neve”, de “gota que transbordou o copo” a sua posição é de “serenidade”? A serenidade perdeu-se por entre actos descabidos de quem pode e pela estratégica cooperação de quem devia, pode mas se remeteu a intenções codificadas. Nunca quis sair do cimo do “muro” e ser claro.
É certo é que aqui não existe lado, o que existem são alunos que merecem ter um ensino de qualidade, com um carácter geral ou técnico ou profissional honesto e apropriado, com condições, diferenciado em certos aspectos mas onde se lhes possa exigir a excelência. O que acontece hoje está algo longe disso. Um jovem professor na passada segunda-feira fez afirmações polémicas que têm por base esse ruir do sistema. Já se veio retractar não porque o que disse, ou o espírito do que disse, seja falso, mentira ou uma inverdade (palavra muito utilizada pela classe política e pelas pessoas que gravitam nesse meio mas que não existe) mas sim porque a distância entre o que se ouve e sabe e o que se pode provar é muito, demasiado grande. Sempre a aprender caro colega… Quem não viveu situações dessas que atire a primeira pedra. Essa política facilitista pode não estar descriminada de modo claro em decreto mas a realidade, importada para a escola por quem se cruza com os decisores, é essa.
Para acabar: acredito piamente que as famílias têm um papel preponderante para a escola na educação em falta que deveria ser dada em casaaos meninos. Tenho jovens que andam na rua até à 1h da manhã e depois vão cair de sono dentro da sala de aula. O tempo de antena que um certo senhor, representante e “projecto a político” tem é exagerado. E o que digo é tão mais verdade quanto as afirmações, posições e exaltações que esse senhor propala para a comunicação social. Se esse senhor é o modelo tipo de encarregado de educação eu serei certamente a Madre Teresa de Calcutá. Caro senhor primeiro os deveres e depois os direitos, não subverta o raciocínio escudando-se na juventude e passe a palavra: eduquem os meninos.

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