quarta-feira, agosto 1

Muralha verde



No sentido de combater o denominado yellow dragon (uma poeira primaveril proveniente dos desertos a norte de Pequim), os chineses decidiram aliar-se à natureza e erigir uma nova muralha desta vez verde. O problema é mais sério que o inicialmente previsto. A nuvem proveniente do deserto tolda todo Pequim com um manto de poeiras que cobrem casas, carros e pessoas o que leva a que os hospitais fiquem entupidos de gente com problemas respiratórios. A poeira cobre tudo e cria dificuldades às empresas e à sua maquinaria já que se incrusta nos mecanismos emperrando-os. Fecha os aeroportos e destrói campos de colheitas despojando os pequenos agricultores das mesmas, obrigando-os a mudar-se para novas paragens. Mas estes efeitos não cessam aqui já que as partículas arrastam consigo partículas poluentes e doenças levando as autoridades coreanas a declarar este fenómeno como uma catástrofe natural. E tudo resulta do Homem... Sim é verdade, devido à desflorestação, ao pastoreio descontrolado e a seca permitiu um aumento efectivo do deserto de Gobi que atinge 1529 quilómetros quadrados por ano.
A tantos problemas juntou-se a atribuição da organização dos Jogos Olímpicos e vai daí os chineses teram pensado "para grandes males, grandes remédios" e se bem o pensaram melhor o estão a fazer. O plano consiste em erigir a Grande Muralha Verde, por alusão à Grande Muralha da China, que não será mais do que uma barreira verde com aproximadamente 4500 quilómetros de comprimento que detenha o avanço da desertificação bem como a poeira primaveril que se levanta e prevêem que lá para 2050 esse mesmo deserto poderá ser aproveitado para proveito do estado. O projecto baseiam-se na plantação de 9 milhões de acres de floresta com o custo a rondar, por baixo, os 8 mil milhões de dólares(?). Este será certamente o maior empreendimento ecológico da história apesar das vozes algo críticas de cientistas que acreditam que as árvores não criarão raízes fortes ou que a introdução maciça de árvores fará com que reservas de águas se esgotem nos locais limítrofes, alastrando assim o problema a zonas que se encontram estáveis. No outro campo cientistas defendem que catástrofes destas requerem medidas excepcionais e esta poderá ser uma delas. Como em quase tudo, só o tempo conferirá razão.

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