sexta-feira, agosto 31

Fair Play por cá


Uma curtinha...

O jogador do Sevilha faleceu sendo que a equipa tinha que disputar uma série de jogos por estes dias. O 1.º deles a contar para as provas europeias foi adiado sine die já o de hoje não, apesar de o AC Milan se ter predisposto (e bem) a isso junto do clube andaluz.
Em Portugal o Leiria foi jogar ao "cabo do mundo" e como não têm recursos não puderam alugar um avião para essa empreitada. Vai daí escalas e mais escalas na ida e escalas e mais escalas na volta. Resumindo: muitas milhas, pouco descanso, necessário para não potenciar sucessos como o de António Puerta. A liga marca o jogo para quando? Domingo, e por que não Segunda? Porque para lá do bem estar dos jogadores estão os contratos televisivos. Existia remédio? Sim era o Porto e o Leiria acordarem esse adiamento, pedido em sede própria e atempadamente pelo clube da cidade do Lis mas recusado pelo Porto. É o fair play à portuguesa...

Miscelânea


Chega Setembro e com ele iniciam-se ou continuam as coisas que se deixaram estacionadas em Agosto. Mas Setembro também marca algumas épocas anuais, por exemplo as deslocações dos professores e dos alunos universitários, a compra dos manuais escolares e o retorno aos debates típicos. Debruço-me sobre eles.
Depois da sinuosa discussão em torno da localização do novo aeroporto de Lisboa eis que agora vem a QUERCUS dizer que é necessário fazer um estudo ambiental. Ocorre-me ouvindo-os que se isto é como se diz um país do 1.º mundo, esse estudo fará parte dos documentos necessários para justificar a escolha da localização e como tal não vou nessa direcção mas sim na influência da QUERCUS no país já que, casualmente, esta semana o autarca de Reguengos de Monsaraz se queixou disso mesmo. O autarca, devido a uma melhor utilização das valências do Alqueva, publicamente afirmou que se devia pensar mais nas pessoas e não tanto nas árvores.
O despovoamento do Alentejo é uma realidade aos anos. O Alqueva foi uma grande obra e parece que apenas os espanhóis estão dispostos a usufrui-la já que os terrenos adjacentes são, em parte, deles. Se por vezes não se olhar para lá das árvores, o país vai ficar com zonas desertas, que com o tempo, serão pasto dos incêndios e dos incendiários, sendo que esses não terão preocupações ambientais. Recordo-me também do caso da Barragem de Foz Côa que não foi feita (e mal no meu entender) devido às gravuras e agora nem visitantes, nem água, nem nada e ao visitar Foz Côa ficamos com a ideia que o tempo ali corre demasiado devagarinho... Façam-se as coisas também com cultura e preocupação ambiental mas nos dias que correm a coexistência, desde que bem estudada e cuidada, é perfeitamente possível e nada se perde. Os fundamentalismos, até os verdes, não são bons.

Noutro tópico... Os manuais escolares.
Cabe aos professores a escolha dos mesmos e eles são imensos. As mesmas editoras por vezes apresentam mais que um projecto e também é visível que, deixando de lado mudanças curriculares, os mesmos variam pouco de umas edições para outras. A escolha é algo complicada não pela tarefa em si mas pela quantidade e como não há, parece-me, uma selecção prévia a mesma torna-se demorada e penosa e como tudo, com o prazo muito curto. Também é interessante que todos mas todos os projectos vêm carimbados com o mesmo valor! Ou seja a concorrência não se verifica, parece haver um acerto no valor dos mesmos sendo que o Ministério aconselha (creio) um preço que invariavelmente todas seguem. A concorrência em Portugal faz-se assim, de combinações e isso é mau. Uma nota: em Espanha muitas comunidades oferecem os livros aos estudantes até um determinado nível escolar.
Os outros deixo para depois :)

quinta-feira, agosto 30

Cada dia de seu dia


Ainda a propósito da morte do futebolista António Puerta.

O jogador tinha no seu trajecto desportivo alguns casos de desmaios furtuitos e inesperados durante treinos ou até mesmo jogos particulares. Talvez daí se explique uma certa displicência depois do primeiro ataque ainda em campo tendo o jogador saído pelo próprio pé mostrando até uma certa frustração pelo ocorrido.
Os outros desmaios foram até coerentemente estudados pelo departamento médico do clube andaluz que promoveu uma bateria de testes mais aprofundados os quais viriam a dar em nada já que os mesmos nada detectaram.
Resumindo: Somos o que somos e valemos o que valemos quando a luz se apaga já nem a força de uma cidade é capaz de a voltar a acender. Nem as gentes de Sevilha conhecidas pela sua paixão, devoção e alegria pela vida. E se elas não conseguiram poucas o conseguiriam fazer. Carpe Diem

quarta-feira, agosto 29

Extremos



Vim de férias. Chegado a solo Português, literalmente passando a fronteira, vi que tudo parecia permanecer igual pelas notícias que a rádio vociferava. Em bom tempo cheguei a casa já que foi lá que vi o Nelson Évora saltar o equivalente a 6 smart's e meio! Excelente esforço respingado merecidamente a ouro. Bom para ele e para o atletismo nacional que reclama a gritos um programa de apoio ao desporto como acontece no país vizinho com o programa ADO. A perspectiva alegre da chegada.

A perspectiva triste surgiu ainda em férias e confirmou-se no dia de ontem. Acompanhava a espaços o jogo do Sevilha no Sábado e casualmente, entre pratos ao jantar, dei um pulo à TV e vi em directo o desmoronar de um atleta na verdadeira acepção da palavra, fisicamente imponente, novo e cheio de garra, força com um pé esquerdo excelente que valeu, por exemplo, uma final europeia ao Sevilha. Ideias: Este casos têm acontecido com alguma frequência mesmo em desportista de elite o que leva a pensar que, apesar de gostar de ver desporto a toda a hora, não estamos a falar de máquinas mas sim de Homens que têm (aliás tal como as máquinas) uma resistência limite e António conheceu o seu ponto de não retorno no Sábado. Também não me pareceu que a assistência tivesse sido perfeita - explico - para alguém que tem uma paragem cardíaca em campo o mínimo que se exigia era uma ida de maca para os balneários o que não aconteceu. Alguns números: 22 anos, 5 títulos conquistados ao mais alto nível, vai ser pai daqui a 2 meses, 5 ataques cardíacos no espaços de 2 horas e no entanto resistiu até ontem - É de campeão.


O ouro do nosso Nelson enche-me o coração de orgulho mas tenho-o pequenino pelo Puerta.

De volta...



Esta foto retrata e abrange diferentes sentimentos. A praia acabou e estou saudoso...
Back to "business"

imagem surrupiada ao tertúlias

sexta-feira, agosto 17

A felicidade a ganhar forma



A "gerência" informa que até final do mês e devido aos conhecidos sindromes das "mãos besuntadas devido ao protector solar" e das "esplanadinhas à beira-mar" não será possível escrever nenhum artigo. Por favor não envie antídoto, a gerência fará de tudo para estar em parte incerta.
Bem hajam pela atenção, até Setembro.

Keep on walking

Convivências


Verdades insofismáveis: As radiações electromagnéticas existem desde o início dos tempos e não me refiro à era moderna, desde o dia que a terra se formou que isso é uma realidade - somos um imenso imane em suspenso no Universo; o nosso corpo e os seus órgãos sustentam-se e regem-se, no que ao sistema nervoso central respeita, por trocas de substâncias iónicas (com carga eléctrica) as quais assentam em variações de concentração das mesmas para assim se transmitirem os sinais eléctricos ao longo do sistema nervoso central de modo a responder ou efectuar a acção pretendida.
Se fizermos a simples experiência de brincar com dois ímanes é possível ver que os dois interagem de modo imediato. A intensidade depende da sua potência mas também não será estranho se uma imane potente conseguir "impor" a sua presença e influência a um de menor intensidade.
Ora a notícia de hoje no Correio da Manhã que faz menção de um estudo realizado por um grupo de trabalho, encomendado pelo Governo (não este), de modo a avaliar que efeitos têm as radiações electromagnéticas na saúde. Conclusões: a avaliação permanente é extremamente complicada visto não existir a possibilidade de o fazer sem "contaminação" dos dados - o grupo faz esse alerta. Sublinha também que os efeitos apenas se verificam quando a radiação é de tal modo intensa que se produzem efeitos térmicos - faço lembrar que ao fim de algum tempo ao telemóvel a orelha aquece e esse aquecimento é directamente proporcional ao tempo de duração da chamada. Muito provavelmente os efeitos das radiações de baixa intensidade são pouco conhecidos porque o meio encontra-se sempre contaminado por radiações residuais, situação que não deve ser negligenciada. Já filmes retrataram esta problemática, os efeitos existem e a causa só aponta para as problemáticas das linhas de alta tensão, antenas de telemóveis, etc. Mas os estudos escasseiam ou estão arquivados já que a provarem-se estas dúvidas o rombo financeiro nas empresas fornecedoras desses serviços seria demolidor. Até lá arrasta-se, ou talvez não ninguém parece saber ao certo, a saúde de fininho das pessoas.
Mau mesmo é que o estudo está pronto desde o ano 2003, passaram 3 Ministros da Saúde pelo gabinete em que ele este sem nada fazer ou seja DEMOROU TRÊS ANOS E MEIO A SAIR DE UMA GAVETA E VIR PÚBLICO - MAU, MUITO MAU MESMO, PÉSSIMO!

quinta-feira, agosto 16

Poema . 8



Já Bocage não sou!
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Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
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Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
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Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
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Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

Manuel Maria Barbosa du Bocage

Imagem . 4


Uma foto magnífica acompanhada com uma música a propósito. Enjoy

Na arena das férias


Férias... Justificam-se ao longo do ano com o sacrifício ou gosto, consoante o prisma que se tenha, pela actividade que se desempenha mas com a certeza de que chegados a esta altura elas serão merecidas e desfrutadas. Pois bem incluo-me nesse grupo mas este ano, as mesmas andam fraquinhas... Revejo-me num cartoon de tourada em que o touro (as férias) me diz em tom irónico, de desafio, quase ou efectivamente burlesco: "Então não me querias? Vá lá estou à espera, mostra lá do que és capaz..." Não, não estão a ser medíocres mas algo diferentes do que é normal. Fazem-me lembrar as 1.ª férias em que "lá à porta" surgiu o 1.º computador. Aquilo é que era! A proibição paternal de torrar, durante a futebolada pós-almoço, a moleirinha ao sol era subitamente bem vinda porque indicava apenas um caminho - a futebolada virtual! As tardes boas que ali passei... Este ano cruza-se com esses tempos no sentido em que passo mais tempo em frente do ecrã que o normal.
Outra coisa interessante é que as férias trazem pessoas à cidade doutra época, revemos pessoas e caras que o tempo parecia ter varrido da memória mas afinal ainda estão ao lado do típico "Txii!". É interessante rever o mesmo tempo em nós, reflectido nos outros. Nas pessoas conhecidas, nas "conhecidas de vista", nos familiares, nas ex-namoradas, enfim... E aqui não deixo de me lembrar em algo com que por norma sou confrontado - dar notícias, ao que replico: "gosto de dar saudades". Qual é a frase que mais nos dizem quando somos catraios e, com os pais, ao passear encontramos alguém deles conhecidos? "É o teu filho!? Está tão grande! Está um homenzinho" Pois nós só nos apercebemos da mudança à distância. A mudança é inversamente proporcional à distância, por estranho que isso pareça. É como se "à vista curta" os nossos olhos vivessem num permanente estado de acomodação visual. Por isso o reencontro ou mero revisitar de pessoas distante é interessante porque cruzamos imagens e ideias antigas com a formatação presente. Nestas alturas os amigos ou conhecidos têm sempre a barriga maior, alguém passa por nós com uma mão cheia de filhos ou um estilo diferente e as ex-namoradas, não congeladas no tempo, estão obviamente mudadas e geralmente para diferente :)
As férias...

quarta-feira, agosto 15

Um mimo...


Por ser este o primeiro de uns dias que se querem diferentes... Aqui deixo um
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para a Fujiko, com um beijo a enfeitar.

terça-feira, agosto 14

Possivelmente o melhor link do "tube"



E quando penso que já vi e OUVI muita coisa aparece logo alguém a mostrar-me o contrário, neste caso uns japoneses. Famosos por muitas coisa mas não nesta área no entanto isto é imperdível. Peguem nos lenços de papel que vão precisar :)

segunda-feira, agosto 13

Curtas


1 . Com as mãos de molho...
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Fiquei um pouco surpreso pela notícia de que os profissionais, no caso, os do Hospital de São João, terem sido obrigados a lavarem as mãos após o contacto com cada doente examinado. Certo é que as regras de higiene não fazem menção específica para os profissionais dos cuidados de saúde mas essa atitude seria de esperar e de todo coerente.
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2 . Estimativas
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Fiz menção disso noutro artigo. Hoje passado um mês a média dos números faz supor que as estimativas do Ministério da Saúde sejam ultrapassadas e que se atinja as 25 000 interrupções voluntárias da gravidez ao ano, o que dá uma média a rondar os 70 abortos por dia. Parece muito...
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3 . Diferentes Europas
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O Eurostat periodicamente surpreende o povo com estatísticas com valores interessantes ora vamos a eles. Num estudo o Eurostat indica que a uma Europa a 15, Portugal é um país com um custo de vida 20% abaixo dos valores médios europeus, mas não deitem foguetes (aliás não há dinheiro para tal não é?) ainda. Por outro lado os salários são 40% mais baixos que a dita média (eu não disse...). Se se questionarem as pessoas sobre os porquês há dois ou três deles que surgem destacados à cabeça: A má situação económica com o consequente congelamento dos ordenados mas principalmente o custo de vida com a entrada do Euro. Ninguém me desmentirá se eu disser que com a entrada do Euro o preço dos bens duplicou em muitos casos, principalmente na restauração, e aqui o Governo e as entidades competentes não fazem nada! Conivências....

Lembranças



Foi ao "tropeçar" numa imagem - uma imagem que ilustra o artigo - que relembrei como o meu Professor Lourenço (grande Homem) explicou a toda a minha turma, na escola primária, de onde vinham os números que usamos e abusamos diariamente. É um assunto trivial no entanto divago por ele pela lembrança do começo de tudo e pelo rasgo de génio que tem a concepção dos mesmos. Comecemos pelo início: O Homem sempre teve, principalmente após o abandono de uma existência baseada numa vida de cariz nómada, a necessidade de utilizar símbolos para representar e quantificar o conhecimento ou os recursos no dia-a-dia. Foi nessa perspectiva que em muitas culturas se adoptaram simbolismos para efectuar essas correspondências diárias. Se não acreditam façam um simples teste: encontrem um miúdo pequeno e perguntem-lhe a idade e verão que a sua reacção, empurrada pela vergonha, será a de esticar os dedos de uma mão.
Os números que utilizamos diariamente são designados de algarismos arábicos e foram criados por al-Khawarizmi, considerado o pai da Álgebra e com contribuições vastas em vários domínios científicos. Para criar os algarismos que conhecemos, al-Khawarizmi baseou-se no seu conhecimento de Matemática e fez uma associação teórica simples (como todas as belas teorias) entre o valor do algarismo e o número de ângulos que a representação que ele idealizara continha. O raciocínio é de fácil percepção nas imagens que ilustram o artigo.

Por outras palavras, os algarismos de al-Khawarizmi um, dois, três e quatro basearam-se em traços que formam ângulos, assim: o número um tem um ângulo, o número dois tem dois ângulos aditivos, o número três tem três ângulos aditivos e o número quatro tem quatro ângulos aditivos. A variação que se verifica no algarismo quatro resulta, provavelmente, de uma evolução na escrita. Os restantes números que perfazem a escala decimal terão sido definidos, em parte e também, através da contribuição dos conhecimentos adquiridos sobre as representações manuscritas do ábaco. O zero foi introduzido posteriormente com extrema importância completando dessa maneira a base decimal que utilizamos vezes sem conta.


sexta-feira, agosto 10

Entrevista


Encontrei uma entrevista de fundo dada por Mário Soares ao Diário Económico. Soares discorre sobre Portugal, Europa, o Governo de Sócrates e vários lideres mundiais. Uma entrevista que merece uma leitura no sossego. Aqui deixo umas fases retiradas da entrevista para que estas sirvam para aumentar o apetite. Algumas não deixam de ser irónicas para o próprio.

"A política externa tem pouco peso interno. As pessoas não vão julgar o Governo por isso, mas pelo facto de viverem melhor ou de viverem pior, ou por sentirem mais ou menos liberdade..."

"Depois, há a relação entre a política e os negócios - ou o dinheiro - que não fazem boa companhia. A honradez cívica dos homens da I República foi uma das suas forças, apesar dos erros que cometeram. A política não pode ser uma forma dos políticos "se governarem". O serviço público deve ser um exercício de moralidade"

quinta-feira, agosto 9

Dá que pensar



Centenas de emigrantes trocaram um dia que podiam ter utilizado para matar saudades da família, por uma viagem a Lisboa para mostrarem o seu descontentamento relativamente ao fecho dos consulados por toda a Europa. A mim parece-me um gesto bastante revelador da insatisfação das pessoas. Resposta do executivo: "os emigrantes não têm razão." Game, Set n' match! Neste país parece que nunca ninguém tem razão aos olhos do Governo seja no que for: Emigrantes, Professores, Enfermeiros, Médicos, Jornalistas, Estudantes, Engenheiros, Taxistas, Doentes e muitos mais. Parece que anda tudo a bater com a cabeça nas paredes.


Voltas de bicicleta



Gosto de andar de bicicleta. Ultimamente tenho sido muito preguiçoso apesar da minha montada reluzente me piscar o olho sempre que me cruzo com ela. Estes dias, fui andar. Calor, suor, terra, cascalho iam dando cabo de mim não fosse uma água amiga do amigo da empreitada. Chegado a certo ponto o cansaço ia-me dando que fazer e pensar inclusive quando a picada era a direito.
Fisicamente ao andar de bicicleta é necessário superar duas forças: a que é relativa ao atrito entre a bicicleta e o solo (de rolamento) e a resistência do ar. As duas têm, aproximadamente, um valor combinado de 15km/h para os casos mais vulgares. A contribuição da resistência do ar sobe consideravelmente quando a velocidade aumenta, isso explica os diferentes equipamentos que vemos, por exemplo, nos contra relógios nas provas ciclistas. O próprio designe das bicicletas, evoluiu a pontos de os ciclistas profissionais atingirem valores superiores a 90km/h com relativa facilidade.Em 1998 o Canadiano Sam Whittingham atingiu os 130 km/h o que é extraordinário. Mas esperem, não contente em 1995, um Holandês Fred Rompelberg pensou: “E se eu suprimisse a resistência do ar por completo!?” A 3 de Outubro colocou-se atrás de um dragster e atingiu os 268,831 km/h o que faz dele, ainda hoje, o homem a andar mais rápido numa bicicleta!
Podemos minimizar também o atrito entre a bicicleta e o solo. Sendo que esse valor é dependente do peso imaginemos qual seria a velocidade máxima que se poderia obter na Lua! Sendo que um ciclista pode atingir um pico de potência de 750W e se supusermos que tem uma massa de 100kg (já com o fato de astronauta) obtemos uma velocidade de 3700 km/h! É rápido… 3 vezes superior ao valor da velocidade do som e quase metade da velocidade de escape!De bicicleta para os confins do Universo :)

Imagem . 3




Poema . 7


Quando eu nasci


Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

José Régio

quarta-feira, agosto 8

Elementar, Watson


Em dois dias seguidos a GNR foi alertada e chamada a intervir após o surgimento de dois aparelhos estranhos deixados ao abandono, segundo se julgava, para os lados de Alcobaça e da Benedita. Se no caso da benedita a operação de desactivação, com recurso a análise por Raios X e a mais de trinta agentes especializadas de diversas forças, não teve consequências de maior já no caso de Alcobaça e situação teve outros desenvolvimentos.
No caso do aparelho encontrado em Alcobaça as dúvidas dos especialistas convocados (GNR, PJ, Protecção Civil) para o local foram substancialmente maiores e só ao fim de onze horas de estudo é que encontraram uma solução - fazer explodir o biltre. Se bem o pensaram melhor o fizeram e ao fim de segundos o cilindro de esferovite foi neutralizado deixando a vizinhança mais descansada. O estranho objecto não era nada mais nada menos que uma sonda pertencente ao Instituto de Meteorologia que tinha por missão medir o perfil vertical do ozono na atmosfera. Sendo que os dispositivos se encontram ligados a balões que os fazem ascender até 30 quilómetros de altitude os mesmos acabam por cair no solo ou no mar, consoante as correntes, quando estes rebentam. E nunca se sabe onde... No caso da Benedita o engenho também não era uma bomba mas sim um aparelho de controlo ambiental sendo que o que também ajudou a que se tomasse como suspeito foram os sinais de aviso de "perigo" e "gases tóxicos" que vinham gravados no recipiente.
Desfeitos os mistérios, sossego para os "guerreiros".

terça-feira, agosto 7

Diferentes artes


Algures "nos dias da minha vida" ouvi dizer que a arte é a medida do nível cultural de um povo. É algo que me faz completo sentido apesar da minha fraquinha assiduidade a eventos como teatro ou a museus, apesar de gostar bastante desses dois exemplos. Nessa perspectiva não deixa de ser algo estranho e talvez um case study que os museus tenham uma fraca afluência de norte a sul de Portugal mas, no entanto, a colecção Berardo patente no CCB seja um fenómeno de assistência. Desde o dia que foi inaugurada e aberta ao público a referida colecção "coleccionou" para cima de 600 000 visitantes - é obra! Visto que Portugal muitas vezes se resume à frase "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem", isso hoje não deixa de fazer perfeito sentido. As gentes provincianas parecem ter outros propósitos na vida os quais não passam por visitas a museus. Mas a divagação, em mim, persiste.
A maior parte dos moradores de Lisboa não é alfacinha e pela vida que os mesmo levam sempre presos nalguma coisa - metro, trabalho, trânsito, nos bloqueadores da EMEL, autocarros, filas, cacilheiros, senhas de espera - a sua ida a estes sítios (sendo a oferta diversificada) resume-se aos fins de semana sempre em permanente, própria ou com os petizes, disputa com as grandes superfícies comerciais e, por esta altura, a praia. Assim sendo a maior parte dos visitantes será de fora de Lisboa o que me leva à seguinte questão: "Que terá a colecção Berardo (para além do nosso futuro dinheirinho dos impostos) que não têm os outros museus por este país fora?" Só me ocorre uma, para além da evidente. Não desfazendo dos museus espalhados pelo país, colecção Berardo tem muito valor sendo uma das melhores do género mas nada como uma promoção feita a preceito por um cowboy luso-americano caído do céu, desbocado, armado de dinheiro e com uma compulsiva necessidade de aparecer na TV a rezingar opiniões em todas as direcções.
Sim não nutro grande empatia pela personagem e acredito que o futuro não irá melhorar a mesma. No entanto há que reconhecer que a atitude do mesmo fez com que as pessoas fossem de modo torrencial ao (...elefante branco que é o...) CCB. Por outro lado a conta dos quadros lá está, estará e, no dia que a mesma tenha que ser saldada consoante a negociata deste governo, muita gente que o venerou dirá, parafraseando o mesmo - Joe Berardo? "Fuck him!"

segunda-feira, agosto 6

Hiroshima


Faz hoje 62 anos que o comandante Paul Tibbet sobrevoou a cidade japonesa de Hiroshima aos comandos do seu B-29, baptizado de Enola Gay, e depois de escolher o melhor local na baixa da cidade deixou precipitar as 4 toneladas que perfaziam a Little Boy.
A uma altura de 580m e após uma reacção em cadeia no seio da própria bomba - uma cavidade de massa crítica (material mínimo necessário para, após ser combinado com outro, se verificar uma reacção nuclear sustentável) de urânio 235 e uma massa sólida do mesmo material, precipitaram-se para a massa super crítica activando a reacção num sistema de "revólver", libertando uma força de destruição equivalente entre 13 a 16 quilotoneladas de TNT ~ 6.3 exp13 joules.
De uma massa de 64 quilos de urânio, apenas 0,7 quilos desencadearam a reacção de fissão nuclear onde apenas 0,6 gramas do referido material se transformou em pura energia causando a destruição a 66% de Hiroshima, matando 70 000 pessoas e originando a posterior morte de outras 60 000.
Os efeitos da radiação na população sobrevivente foram e são objecto de estudo ainda no dias de hoje levando o terrível acontecimento a fazer de Hiroshima o maior laboratório sobre os efeitos radioactivos em seres humanos que se conhece.
A imagem que escolhi para ilustrar o artigo é designada com a "sombra de Hiroshima". Nesta em particular é possível verificar que na altura da explosão um homem estava com uma escada ao lado de uma casa. As sombras ficam impressas já que a detonação nuclear é tão forte energeticamente que uma onda de calor varre rapidamente tudo o que encontra pela frente. Neste caso o homem e a escada absorveram toda a radiação e o calor produzidos pela explosão ficando a impressos como num filme fotográfico na parede da casa.
Para simbolizar o dia e terrível acontecimento, a cidade de Hiroshima foi proclamada a Cidade da Paz e foi conservado o Genbaku Dome (1945 e nos dias de hoje) como parte do Hiroshima Memorial Park. Deixo mais uns links...

Perpétuo link1 . Manhattan Project
Perpétuo link3 . Robert Oppenheimer
Perpétuo link4 . omd ~ enola gay

Curtas



1 . BCP em duelo de "luvas brancas"

No maior banco privado Português, o mestre e o aprendiz dividem apoios, accionistas e a cadeira da administração. No entanto essa disputa derrapou, de modo incompreensível, para a praça pública o que é uma estratégia de marketing muito discutível. Guardo consideração pela postura e pelas palavras de Paulo Teixeira Pinto numa entrevista na SicNotícias: "...busca activa no entendimento (...) até ao último minuto (...) no dia 7 de Agosto nada será como dantes"
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2 . PT a fazer amigos na AdC
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E na quinta-feira a Autoridade da Concorrência, qual radar lisboeta, multou a Portugal Telecom nuns respeitáveis 38 milhões de euros! Muito não é? Nem por isso já que equivale a 2% da facturação anual da empresa mas o mesmo não pensou Henrique Granadeiro que alinhou uma conferência de imprensa com os noticiários "hora Coca-Cola" da SicNotícias e da RTPN e forrado num sorriso brilhante em contraste com um bronze desmaiado lá deu conta da posição do "monopólio". Mais à frente se saberá "se" mas honestamente fico contente pela multa já que, a par da EDP, a PT sempre beneficiou e fez o que quis durante anos debaixo da asa do "exclusivo" e dos Governos.
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3 . "Dá-lhe" Maria!
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O novo reforço do S.L. Benfica será um portento com a bola nos pés mas o mesmo não o poderá dizer com a língua. Em duas semanas duas argolas, na minha humilde opinião. Da primeira já deu nota, a segunda prende-se com uma declaração afirmando que nunca ouviu falar de Eusébio. Não será pecado mas o que seria se um dos nossos petizes no trajecto inverso não reconhecesse Di Stéfano? Que diriam os jornais Argentinos? Somos um povo porreiro...
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4 . O calor mata
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Revisitando o calor "dias sim dias não" o aperto do mesmo, compreensivelmente, levou muita gente a banhos. Nas praias não houve azar já nas albufeiras, barragens e demais zonas "nativas" de lazer do interior do país o cenário foi diferente. Sinalizem-se essas zonas balneares recônditas, dignifiquem-nas, candidatem-nas às bandeiras azuis e ajudem a matar o calor das pessoas.
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5 . A "gripal" obesidade
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Um estudo norte-americano publicado no The New England Journal of Medicine afirma que a obesidade é contagiosa. Hmmmmmmm... mas depois de ler não deixa de fazer sentido. Faço um paralelismo: Se o Joãozinho brincar com meninos que se comportem mal a probabilidade de ele adquirir esses comportamentos aumenta. Até aqui pouca ou nenhuma discussão haverá. Ora é neste raciocínio que esta equipa se baseia para elaborar o estudo. As relações sociais, laborais, familiares e afectivas afectam o nosso comportamento alimentar se no seio desses grupos existir uma pessoa obesa. Concluíram que um amigo gordinho aumenta em 57% a probabilidade de ganhar uns quilinhos, valendo um irmão cheiinho 40% e a "nossa mais que tudo" 37%. Mas aqui, penso eu, cai por terra o mito urbano de que "quando o homem casa, engorda". Façam exercício pelo sim pelo não :)

sábado, agosto 4

Os Lobos



O desporto Português sempre nos habituou a grandes feitos. Desde o típico futebol ao atletismo, passando pelo Volei ou hoquéi em patins, os lusitanos dão cartas. E de todos os desportos existia um até há bem pouco tempo que era-nos completamente desconhecido e longe das nossas capacidades - falo do Rugby e da equipa Nacional.
Os Lobos, como assim são reconhecidos, conseguiram um salto qualitativo enorme nos últimos dois anos (que eu me lembre) e para orgulho nosso mas principalmente dos atletas, foi conseguida a presença no campeonato do mundo da modalidade a disputar em França durante o mês de Setembro. Um feito tão grande e com tal impacto como se a economia portuguesa cresce-se a 10% ao ano! O que me leva a falar (tarde) dos Lobos prende-se com a sua capaz trajectória num desporto para o qual pareciamos autista e mas também pelo actos que os mesmos protagonizaram na tarde de hoje em Albufeira. Num jogo de preparação para o campeonato do mundo os jogadores ostentaram, na entrada em campo, t-shirts com as fotos de todas as crianças portuguesas que se encontram desaparecidas. Um acto de grande dignidade e de grande força para quem a força faz parte do quotidiano no desporto. FORÇA LOBOS!

Dignidades



Chegado a casa dei uma volta pelas publicações procurando "as novas do país" durante o tempo que passei na rua na procura de uma brisa fresquinha. Entrei no semanário Expresso e deparei-me com um excerto de uma entrevista a Paulo Macedo que, penso eu, irá para as bancas daqui a uma meia dúzia de horas. Foi convidado para Director-geral dos Impostos por Manuela Ferreira Leite e por lá se manteve mesmo após a dança dos figurantes de sempre. Não sabia quem era e por então apenas conhecia a rectidão de Manuela Ferreira Leite e devo ter pensado: "Bem se o escolheu é porque será competente". Não mantendo cor partidária alguma reconheço e gosto de ouvir as intervenções da Ex-Ministra deixando apenas uma pinga de curiosidade pelo que seria se algum dia fosse 1.ª Ministra. Não quer, sossego-me na divagação e curiosidade. Com o tempo fui ganhando respeito (não é que não tivesse...) pelo novo Director-geral se bem que aqui e ali mostra-se "tiques" de omnipotente o que não me agrada particularmente. As pessoas, sendo profissionais e competentes, devem ter os pés assentes, não no chão que pisam do escritório, mas sim na carpete que pisamos todos nós.
Com as mudanças introduzidas no que se refere às remunerações de cargos públicos, a sua situação à frente da DGCI alterou-se sendo que a prossecução dos objectivos cessou na semana que termina devido a que os dinheirinhos privadas soam mais ao bater na conta do que os públicos. Não são diferentes são é mais. Justamente o Dr. Paulo Macedo fez pela vida, pela dos seus sendo que pode ostentar no cv e com orgulho que vestiu a camisola nacional. Mas e então qual a razão do artigo.
Bem, o referido semanário, muito acertadamente, disponibilizou uma parte da entrevista em vídeo sendo possível ouvir no início da intervenção do ex-Director-geral "que as remunerações das mais altas figuras do estado..." - leia-se pelo menos o PM e o PR - "deviam ser maiores já que as mesmas não são compatíveis com a dignidade dos cargos". Ora foi aqui que eu fiz "STTOOoopp!" e parafraseando um sketch do Ricardo Araújo Pereira pensei: Maaaauuuuu tu queres ver!?" Se eu fosse jornalista (hei-de inaugurar assim uma temática aqui no blogue) teria perguntado logo ao dr. Macedo se achava digna a vida, derivada do salário, que as pessoas levam e auferem, respectivamente? Ora desculpe mas o problema não está com quem mais ganha, está sim com os que ganham pouco. E dignidade temos todos, pelo menos os que se dão à mesma, e nisso a maior parte dos políticos (para não dizer todos) não ensinam nada a ninguém. É justo que os cargos referidos são os mais altos, responsáveis, quiçá exigentes do país mas também seria de esperar que para os mesmos fossem pessoas responsáveis, exigentes, honestas e capazes mas o caso não é esse. E não me digam nem pensem que a culpa é de quem neles vota! Nesta caso a economia, não sendo a minha área, não engana - Quando a procura (de melhor vida através da escolha nas urnas) é muita e a oferta é medíocre o que acontece é que ganha a necessidade e quem melhor chilrear a "canção do bandido" - tipo um melro disfarçado de abutre...
Meu caro as suas últimas palavras foram uma desilusão e se bem que se diz que é a primeira impressão que fica, esta última não a irei esquecer. Dignidade? Isso até um japonês conhece...

quinta-feira, agosto 2

Imagem . 2


Farol da barra de Aveiro . António Coutinho

Poema . 6



Soneto

Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?

Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.

Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.

Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.


José Carlos Ary dos Santos

quarta-feira, agosto 1

Abertura oficial


Hoje um sindicato dos professores veio a terreiro dizer que para o próximo ano lectivo 20 000 professores do quadro ficarão a olhar uns para os outros aos quais não se juntarão 5 000 contratados (os da casa às costas) que serão despedidos. Isto quer dizer que abriu a época dos incêndios na educação, algo que só se vai sossegar lá para o meio ou final do primeiro período. A questão põe-se: A ser verdade quem é o culpado? É que tem que haver, ainda pensei que não mas... esqueci-me logo! Vamos por partes.
O primeiro problema é a falta de alunos. As gerações não se renovam por motivos que a minha moleirinha está brilhante e ligeira de tanto o referir aqui neste espaço. Depois seguem-se as Universidades e Politécnicos que nasceram como cogumelos e que por esta altura torturam os estudantes em filas à espera de concretizar a matrícula na mesa do único funcionário que ficou de castigo na instituição.
As Universidades dão um miserável serviço ao país no que se refere à gestão dos recursos humanos já que perpetuam cursos que estão condenados ao desemprego. No mesmo plano os pais e os estudantes. Quer uns quer os outros deviam ter melhor juízo crítico e escolher outras saídas profissionais. Como não o fazem, como querem ter um filho licenciado e o mesmo já interiorizou esse discurso, a atitude a tomar já se avidinha e conferer-se no futuro.
Não menos que tudo o resto, a culpa do ministério (e faço notar que não me fui logo a eles). Sim o ministério quer gastar menos, pouco ou nada e então vai colocando numa sala de aulas 28 alunos e espera pelo milagre. 28 almas numa sala de aula já era muito no tempo da outra senhora quanto mais hoje e esta orientação apenas serve para permitir poupar nos recursos humanos e sobrecarregar as famílias com tutores externos (explicações). Sim os mesmos que são bestas quando estão na escola mas que são bestiais na aulas privadas. O problema muitas vezes não está neles, o problema é no número de petizes e no dinheiro. Sim o dinheiro, porque como o pai ou a mãe têm que pagar "à hora" mais ao professor mais do que à emprega da limpeza (e às vezes...) para o menino estudar.
Não devia ser assim. E não digam os encarregados de educação que 28 alunos não é muito já que a maior parte tem 1 ou 2 filhos e nem sequer conta deles dão, passando essa responsabilidade para as escolas, as explicações apercebendo-se que o menino afinal é que não quer saber das coisas já que não tem retorno devido mesmo pagando e é aí que o pai se sente enganado e, tarde, sacode-lhe o pó. A par do excessivo número de alunos as mudanças nos currículos que se orientam pelo mesmo diapasão financeiro ao ponto de retirar as disciplinas técnicas de disciplinas com grande carácter prático, enxertando a responsabilidade dessas mesmas actividades práticas em outras disciplinas sem a premente reforma horária.
Relembro o exemplo da escola de Braga de um artigo passado. Quantos alunos acham que existe em cada sala? A culpa nunca fica solteira neste caso a desresponsabilidade parece-me geral.

PS: Mais um arquivamento. Eu não digo...

Muralha verde



No sentido de combater o denominado yellow dragon (uma poeira primaveril proveniente dos desertos a norte de Pequim), os chineses decidiram aliar-se à natureza e erigir uma nova muralha desta vez verde. O problema é mais sério que o inicialmente previsto. A nuvem proveniente do deserto tolda todo Pequim com um manto de poeiras que cobrem casas, carros e pessoas o que leva a que os hospitais fiquem entupidos de gente com problemas respiratórios. A poeira cobre tudo e cria dificuldades às empresas e à sua maquinaria já que se incrusta nos mecanismos emperrando-os. Fecha os aeroportos e destrói campos de colheitas despojando os pequenos agricultores das mesmas, obrigando-os a mudar-se para novas paragens. Mas estes efeitos não cessam aqui já que as partículas arrastam consigo partículas poluentes e doenças levando as autoridades coreanas a declarar este fenómeno como uma catástrofe natural. E tudo resulta do Homem... Sim é verdade, devido à desflorestação, ao pastoreio descontrolado e a seca permitiu um aumento efectivo do deserto de Gobi que atinge 1529 quilómetros quadrados por ano.
A tantos problemas juntou-se a atribuição da organização dos Jogos Olímpicos e vai daí os chineses teram pensado "para grandes males, grandes remédios" e se bem o pensaram melhor o estão a fazer. O plano consiste em erigir a Grande Muralha Verde, por alusão à Grande Muralha da China, que não será mais do que uma barreira verde com aproximadamente 4500 quilómetros de comprimento que detenha o avanço da desertificação bem como a poeira primaveril que se levanta e prevêem que lá para 2050 esse mesmo deserto poderá ser aproveitado para proveito do estado. O projecto baseiam-se na plantação de 9 milhões de acres de floresta com o custo a rondar, por baixo, os 8 mil milhões de dólares(?). Este será certamente o maior empreendimento ecológico da história apesar das vozes algo críticas de cientistas que acreditam que as árvores não criarão raízes fortes ou que a introdução maciça de árvores fará com que reservas de águas se esgotem nos locais limítrofes, alastrando assim o problema a zonas que se encontram estáveis. No outro campo cientistas defendem que catástrofes destas requerem medidas excepcionais e esta poderá ser uma delas. Como em quase tudo, só o tempo conferirá razão.