quinta-feira, julho 19

Charada portuguesa


Portugal possui características muito própria, mais próprias que todos os outros da união europeia. Os rendimentos saltam entre extremos, ora muito altos ora muito baixos, sendo que o custo de vida é dos mais elevados por essa razão e porque tudo o resto ajuda. Os veículos e os combustíveis são os mais caros, as habitações na mesma linha, sem um verdadeiro mercado alternativo como poderia ser o do arrendamento, o que leva a que se contraiam endividamentos vitalícios. E depois a questão dos mercados: vendeu-se a ideia nas telecomunicações, combustíveis, medicamentos, electricidade etc que com a liberalização dos mesmos os portugueses iam ter uma vida mais desafogada com a introdução de concorrência finando-se assim monopólios de anos de abusos. Resultado: Tretas. Os combustíveis não deixam de aumentar sempre que um sheik árabe acorda com azia não fazendo o movimento inverso quando o homem está bem disposto; as telecomunicações permanecem monopolizadas num teatro em que os actores se dizem desmonopolizados; nos medicamentos genéricos (é hoje notícia) conseguiu-se a proeza de ter os genéricos mais caros da Europa! (acredito que os haja mais caros que os medicamentos normais); o mercado livre de electricidade apesar de estar consagrado há algum tempo permanece em águas de bacalhau... "burrocracias" ou manobras de proteccionismo parecem afastar potenciais concorrentes do papão EDP. Para não falar no veículos automóveis que apesar da boa fé do governo a mudança de tributação apenas penaliza o de sempre. E outros casos como a água e os bem de primeiro consumo. Surge-me uma questão: O estado diz à boca cheia que tem enormes encargos mas o que seria dele e das suas participadas (EDP, GALP e todos os impostos que cobra) se não existissem os contribuintes? Sim eu sei, o sistema baseia-se numa dinâmica "uma mão lava a outra" mas parece que nós esfregamos mais. Será isto uma charada tipo a "galinha e o ovo"? Não me parece, os ovos de ouro ficam sempre do mesmo lado e a galinha parece condenada a continuar a fazer força. Pensamento positivo amigos: ainda não somos canja! Ou será que...

Sem comentários: